Como tornar e manter o nosso armário sustentável em 5 passos!

A propósito do #secondhandseptember (setembro segunda-mão), iniciativa que visa estimular e promover as aquisições em segunda mão, hoje deixo-vos algumas ideias de como tornar o vosso guarda-roupa mais sustentável em 5 passos!

Desde que passei a compreender o impacto que a industria da moda tem no ambiente e da maneira como eu estava a perpetuar esse impacto, que passei a reduzir drasticamente as minhas compras por impulso. A industria da moda é a segunda mais poluente no mundo a seguir à industria petroleira, tendo impacto direto na poluição da água, nos efeitos da agricultura intensiva, contribui para a escassez de água (plantações de algodão), poluição atmosférica, para não falar da exploração humana e as condições pouco éticas e justas de trabalho. Por isso é importante refletir sobre o nosso impacto nesta industria! Com isso também vos trago 5 passos para tornar e manter o nosso armário mais sustentável.

 

11. ARRUMA E CONHECE O TEU GUARDA-ROUPA

Para mim, o passo mais importante e imprescindível para tornar o nosso guarda-roupa mais sustentável. Mas porquê? Porque passamos a ter conhecimento daquilo que temos, daquilo que necessitamos ou não! Para este passo devemos tirar tudo o que temos no armário, gavetas e cestos, fazer uma pilha de roupa e acessórios. A roupa deve ser agrupada de acordo com o seu tipo: T-shirts, Sweatshirts, calças, etc… Depois deste passo irás ter uma noção das coisas que tens por cada categoria e à medida que vais pegando em cada peça deves ter de questionar:

•          Ainda gosto dela?
•          Vesti muitas/poucas vezes?
•          Serve-me?
•          Ainda está em condições de ser vendida ou trocada?

Com base nas respostas que obtivestes vais fazendo a distribuição.

Após a escolha, a maneira como arrumas é bastante importante. Passei a organizar a minha roupa de acordo com O método de organização da Maria Kondo, método este que nos ajuda a visualizar melhor as peças de roupa que temos, e assim menor é a probabilidade de dizer “não tenho nada para vestir” (truste me!). Além disso, um guarda-roupa mais minimalista e/ou mais pequenos é ótimo para estimular a nossa criatividade a conjugar as diferentes peças para fazer os nossos outfits.

 

2.  2. EVITA QUE VÁ PARAR AO LIXO!

Depois da organização e escolha, acabamos com algumas peças que já não entram no nosso arrumado guarda-roupa. Agora, podemos fazer imensa coisa, menos deitar no lixo! Toneladas de roupa e têxteis chegam todos os anos aos aterros sanitários e não queremos contribuir para esses dados!

Para a roupa que está em bom estado podes optar por vender online para ganhar uns trocos em plataformas como o OLX, Depop, Wezed, MyCloma e reCloset (sendo estas três últimas portuguesas!).  Também podes trocar com amigos, em eventos (que já começam a aparecer na pandemia com os devidos cuidados) onde acabas por trazer peças “novas” que gostes mais ou que te façam falta. Para mim este é o meu favorito, pois acabo por escolher peças de roupa que sejam úteis e adaptadas ao meu estilo, e confesso que as minhas peças favoritas de roupa vieram de eventos de troca de roupa!

Reutilizar com criatividade (upcycling) é a minha favorita também, por razões obvias! Por vezes, um pequeno ajuste, personalização ou transformação, pode ser o suficiente para te apaixonares de novo pela aquela peça de roupa que se irá tornar única! Vê aqui algumas ideias que te possam inspirar!

Outra opção é oferecer a amigos e/ou familiares. Procurar grupos de "Destralhe", "Dou-te e vens buscar" ou a plataforma freecycle.org são opções dar uma nova casa às tuas peças de roupa.

Para as peças em pior estado, sempre podes reparar se houver solução, existem montes de tutoriais de como reparar certas peças de roupa ou emendar buracos, por exemplo. Se não houver salvação possível, sempre poder reaproveitar para outros usos, como por exemplo, cortar e fazer panos de limpeza, discos desmaquilhantes, acessórios, enfim uma pesquisa por "Reutilizar X", "Upcycling Y" ou "Repurpose Z" pode salvar este têxtil do lixo!

3. COMPRA CONSCIENTE

Depois da escolha e das trocas, perceber o que te faz falta. Comprar em segunda mão acaba por ser uma escolha acertada, mas quando essa alternativa não é possível, temos que encontrar peças sustentáveis. Como vêm nesta pirâmide (créditos abaixo da imagem), a compra em sgunda-mão acaba por ser preferível pois estás a comprar uma peça que já foi produzida e que ainda pode ganhar uma nova vida. 

Sarah Lazarovic’s nifty pyramid – the buyerarchy of needs, based on Maslow’s Hierarchy of Needs

O conceito de moda sustentável já está presente no mercado e procura soluções para contornar uma das industrias mais poluentes do mundo. Desde o desenvolvimento e comercialização de têxteis provenientes de fontes renováveis como o cânhamo e fibra de bamboo, até ao aparecimento do conceito  slow-fashion, em que as peças são desenhadas para perdurarem no tempo e ultrapassar modas.

Por isso, se é para comprar, investe em boa qualidade, em produtos com garantia vitalícia, em projetos locais, éticos e sustentáveis. Serão peças que te irão durar bastante tempo e isso irá refletir na tua pegada ambiental!

4. PESQUISA SOBRE AS TUAS MARCAS FAVORITAS

Das peças que continuas a usar e gostas muito, faz uma lista das marcas predominantes e realiza uma pesquisa acerca das condições de produção dessas marcas.  Para mim, foi um passo importante para recolher informação acerca do impacto ambiental e das condições de trabalho não-éticas para despertar a minha consciência sobre aquela marca. Para mim foi o suficiente para pensar duas vezes antes de comprar peças daquela marca (agora, só em segunda-mão!).

5. REPEAT!

Sim, repetir! De tanto em tanto tempo, faz o mesmo procedimento. Arruma o teu guarda-roupa, renova-o com trocas ou com peças em segunda-mão, vê o que te falta e mantêm-te informada acerca do impacto da indústria da moda!

Prontos para colocar mãos à obra?! Se têm páginas de instagram ou links das vossas roupas em segunda mão, comentem aqui em baixo!

 

 

Foto de Maryia Plashchynskaya no Pexels